“KANT E A MENORIDADE”
por Ândrea Cristina Pimentel Palazzolo.
“SAPERE AUDE ! (OUSE SABER!)”
O que é a menoridade para Kant?
Ilustre pensador entende que é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem, por comodismo, letargia e falta de coragem.
Afirma que tal menoridade é por culpa própria, reside na falta de decisão de servir-se de si mesmo.
Diferente daquela menoridade (civil) onde falta o entendimento.
É deixar que decidam e façam tudo por você.
De fomentar uma dependência eterna, de fugir das responsabilidades que a vida exige.
Diz Kant : “Sapere Aude”! ( Ouse saber!)
Quando escreveu sobre o tema era o auge do Iluminismo e afirmou ser a palavra de ordem de tal fenômeno. “Sapere Aude!”
Afirma que a preguiça e a covardia são as causas porque os homens continuam menores por toda a vida.
“É tão cômodo ser menor”.
Se eu tenho pessoas que pensam , decidam , falam e fazem por mim, etc.
Não me é forçoso pensar, quando posso simplesmente, por exemplo: pagar, então os outros empreenderão por mim as tarefas aborrecidas.
Tal menoridade para Kant parece ter tornado-se uma segunda natureza. Uma menoridade eterna.
Porém é possível que um público a si mesmo se esclareça, é quase inevitável se para tal lhe for dada liberdade.
Sempre haverá alguns que pensam por si.
O que se exige então é a liberdade, a de fazer uso público da sua razão.
Mas, diz Kant, agora ouço o funcionário de finanças, não raciocines, pague! E o Clérigo, não raciocines acredite!
Por toda a parte se depara com a restrição da liberdade.
Para Kant o uso público da própria razão deve sempre ser livre.
Entende que o uso público da própria razão é aquele que qualquer um, enquanto erudito, dela faz perante o grande público do mundo letrado.
Já uso privado é àquele que alguém pode fazer de sua razão num certo cargo público ou função a ele confiado. Neste caso tem de obedecer. Não se é livre. Exerce-se, in casu, uma incumbência alheia.
Em contrapartida no uso público da própria razão, como erudito, mediante escritos, fala a um público genuíno, ao mundo, assim goza de uma liberdade ilimitada de servir-se da própria razão. Fala em seu próprio nome.
Para Kant “Os homens libertam-se pouco a pouco da brutalidade, quando de nenhum modo se procura intencionalmente nela os conservar.”
Se a natureza desenvolveu a tendência e a vocação para o pensamento livre, então ela atua gradualmente sobre o modo de sentir do povo, e este tornar-se-á cada vez mais capaz de agir segundo a liberdade, e até mesmo sobre os princípios do governo, que entende salutar tratar o homem,segundo a sua dignidade e não mais como uma máquina.
BIBLIOGRAFIA
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e outros Opúsculos. Reposta á pergunta : Que é o Iluminismo? Tradução Edições 70 , lda e Artur Morão- Lisboa – Portugal.