terça-feira, 7 de agosto de 2012

MENORIDADE

“KANT E A MENORIDADE”
por Ândrea Cristina Pimentel Palazzolo.



“SAPERE AUDE ! (OUSE SABER!)”



O que é a menoridade para Kant?

Ilustre pensador entende que é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem, por comodismo, letargia e falta de coragem.

Afirma que tal menoridade é por culpa própria, reside na falta de decisão de servir-se de si mesmo.

Diferente daquela menoridade (civil) onde falta o entendimento.

É deixar que decidam e façam tudo por você.

De fomentar uma dependência eterna, de fugir das responsabilidades que a vida exige.

Diz Kant : “Sapere Aude”! ( Ouse saber!)

Quando escreveu sobre o tema era o auge do Iluminismo e afirmou ser a palavra de ordem de tal fenômeno. “Sapere Aude!”

Afirma que a preguiça e a covardia são as causas porque os homens continuam menores por toda a vida.

“É tão cômodo ser menor”.

Se eu tenho pessoas que pensam , decidam , falam e fazem por mim, etc.

Não me é forçoso pensar, quando posso simplesmente, por exemplo: pagar, então os outros empreenderão por mim as tarefas aborrecidas.

Tal menoridade para Kant parece ter tornado-se uma segunda natureza. Uma menoridade eterna.

Porém é possível que um público a si mesmo se esclareça, é quase inevitável se para tal lhe for dada liberdade.

Sempre haverá alguns que pensam por si.

O que se exige então é a liberdade, a de fazer uso público da sua razão.

Mas, diz Kant, agora ouço o funcionário de finanças, não raciocines, pague! E o Clérigo, não raciocines acredite!

Por toda a parte se depara com a restrição da liberdade.

Para Kant o uso público da própria razão deve sempre ser livre.

Entende que o uso público da própria razão é aquele que qualquer um, enquanto erudito, dela faz perante o grande público do mundo letrado.

Já uso privado é àquele que alguém pode fazer de sua razão num certo cargo público ou função a ele confiado. Neste caso tem de obedecer. Não se é livre. Exerce-se, in casu, uma incumbência alheia.

Em contrapartida no uso público da própria razão, como erudito, mediante escritos, fala a um público genuíno, ao mundo, assim goza de uma liberdade ilimitada de servir-se da própria razão. Fala em seu próprio nome.

Para Kant “Os homens libertam-se pouco a pouco da brutalidade, quando de nenhum modo se procura intencionalmente nela os conservar.”

Se a natureza desenvolveu a tendência e a vocação para o pensamento livre, então ela atua gradualmente sobre o modo de sentir do povo, e este tornar-se-á cada vez mais capaz de agir segundo a liberdade, e até mesmo sobre os princípios do governo, que entende salutar tratar o homem,segundo a sua dignidade e não mais como uma máquina.


BIBLIOGRAFIA



KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e outros Opúsculos. Reposta á pergunta : Que é o Iluminismo? Tradução Edições 70 , lda e Artur Morão- Lisboa – Portugal.

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