quarta-feira, 3 de abril de 2013

FILOSOFIA.


Para que Filosofia?
(por Ândrea Cristina Pimentel Palazzolo).
Em geral, essa pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida dos estudantes de Filosofia:” A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso, se costuma chamar de “filósofo” alguém sempre distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que são perfeitamente inúteis.
Essa pergunta, “Para que Filosofia?”, tem sua razão de ser.
Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata. Ninguém, todavia, consegue ver para que serve a Filosofia, donde dizer-se: não serve para coisa alguma.
Parece, porém, que o senso comum não enxerga algo que os cientistas sabem muito bem. As ciências pretendem ser conhecimento verdadeiro, obtidos graças a procedimento rigoroso de pensamento, na racionalidade dos conhecimentos.
Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. Os cientistas partem delas como questões já respondidas.
Assim, o trabalho da ciência pressupõe como condição o trabalho da Filosofia.
Filosofia é “conditio sine qua non” para as ciências.
É também fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas.
Filosofia é um pensamento sistemático, ou seja, as indagações se realizam com coerência e lógica.
Atitudes negativas e positivas constituem a atitude crítica e o pensamento crítico.
A Filosofia começa dizendo não às crenças, ou seja, a primeira característica da atitude filosófica é negativa, no sentido de dizer não ao senso comum.
A segunda característica da atitude filosófica é positiva, é uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos. O que é? Por que é? E Como é? São as indagações fundamentais sobre o mundo que nos rodeia.
Aos poucos as perguntas se dirigem ao próprio pensamento com as seguintes indagações: Por que? O que? E para que? É a reflexão filosófica.
A Filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural e a história tornam-se espantosas e incompreensíveis, quando o senso comum já não sabe o que pensar e dizer, e as ciências e as artes ainda não sabem o que pensar e dizer.
Filosofia não é ciência, não é religião, não é arte, nem sociologia, psicologia ou política, mas faz um trabalho de análise, reflexão e críticas das mesmas.
Conhecimento do conhecimento e da ação humana, conhecimento da transformação temporal dos princípios do saber e do agir, conhecimento das formas do real e dos seres.
Como bem afirma Marilena Chauí Filosofia é o mais útil de todos os saberes, pois busca compreender o mundo, dá a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações, numa prática que deseja sempre a liberdade e a felicidade para todos.
Com efeito, a Filosofia abandona a ingenuidade e os preconceitos do senso comum, não se deixa  guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos, busca compreender a significação do mundo, da cultura, da história, conhece o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política, dá a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos.
Então podemos concluir que, a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
Bibliografia:

Chauí Marilena, Convite à Filosofia. Ed.Ática, São Paulo, 2.000.

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